domingo, 24 de junho de 2012





A canção da vida

A vida é louca 
A vida é uma sarabanda
É um corrupio...
A vida multiplica da- se as mãos 
Como um bando de raparigas em  flor
E está cantando em torno a ti.
Como eu sou bela amor!
Entra em mim como uma tela de Renoir 
Enquanto é primavera 
Enquanto o mundo não poluir.
O azul do ar!
Não vais ficar 
Não vais ficar aí...
Como um salso chorando
Na beira do rio...
Como a vida é bela!
Como a vida é linda!
                                                          Mário Quintana






Desejo

Ah! Que eu não morra sem provar ao menos 
Sequer por um instante nessa vida 
Amor igual ao meu!
Dá senhor Deus que eu sobre a Terra encontre
Um anjo, uma mulher, uma obra tua.
Que sinta o meu sentir,


Uma alma que me entenda,
Irmã da minha,
Que escute o meu silêncio,
Que me siga,
Dos ares da amplidão!
Que em laços estreitos unidos,
Juntas, presas
Deixando a terra e o lodo aos léus remontino
Num  êxtase de amor!
                                                        Gonçalves Dias 



  






 

sábado, 9 de junho de 2012



Amor, imbatível amor

O amor é a substância criadora
e mantenedora do Universo,
constituído por essência divina.

É o tesouro que, quanto mais se divide,
mais se multiplica,
e se enriquece à medida que se reparte.

Mais se agiganta, na razão que mais se doa.
Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.

Nunca perece, porque não se entibia
nem se enfraquece,
desde que sua força reside
no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.

Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica,
o amor é o oxigênio para a alma,
sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.

É imbatível, porque triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.

Quando aparente - de caráter sensualista,
que busca apenas o prazer imediato -
se debilita e se envenena, ou se entorpece,
dando lugar à frustração.

Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura,
é sempre novo e ideal, harmônico,
sem altibaixos emocionais.

Une as pessoas, porque reúne almas,
identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.

O prazer legítimo decorre do amor pleno,
gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.

O amor atravessa diferentes fases:
o infantil, que tem caráter possessivo,
o juvenil, que se expressa pela insegurança,
o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.

Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a planificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.

O estado de prazer difere daquele de
plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz,
enquanto o segundo é permanente, mesmo
que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.

Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos.

A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança-ciúme, incerteza, ansiedade
afetiva, cobrança de carinhos e atenções - a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.

A confiança, suave-doce e tranqüila,
a alegria natural e sem alarde,
a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica,a não-posse,
não-dependência, não-exigência, são
benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.

Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador,confiante,
indestrutível.

Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se mimetizando,
contagiando de júbilos e de paz.

Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo
nem embriagador ou apaixonado...

O amor não se apega, não sofre a falta, mas
flui sempre, porque vive no íntimo do ser
e não das gratificações que o amado oferece.

O amor deve ser ponto de partida
de todas as aspirações e a etapa final
de todos anelos humanos.
                                                                                    Joana de Angelis











Quando vi você
Tive uma idéia brilhante
Foi como se eu olhasse 
De dentro de um diamante
E meu olho ganhasse mil faces
Num só instante
Basta um instante
E você tem amor bastante.
                                              Paulo Leminski 


FELIZ DIA DOS NAMORADOS!! 





segunda-feira, 4 de junho de 2012





Quem morre?

Morre lentamente 
Quem não viaja
Quem não lê
Quem não ouve musica
Quem não encontra graça em si mesmo.


Morre lentamente
Quem destrói o seu amor próprio;
Quem não se deixa ajudar


Morre lentamente
Quem transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
Quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor,
 Ou não conversa com quem não conhece.


Morre lentamente
Quem evita uma paixão
E seu redemoinho de emoções.
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços.




Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos...



          Viva hoje!
         Arrisque hoje!
        Faça hoje!
       Não se deixe morrer lentamente!!
      Não se esqueça de ser feliz!!
                                                                             Martha Medeiros