quarta-feira, 28 de setembro de 2011

                                 Tardes 

Tardes que chegam
Tardes que passam
Tardes que o tempo leva 
Tardes, miragem de solidão.

Tardes que levam os sonhos
Esperanças do coração.

Tardes quentes e frias
Tardes vazias
Tardes de primavera
Tardes de verão
Sonhos de toda estação!



O amor é um jogo
Pode ser belo, sublime
Mas, pode ser perigoso
Quando achamos que somos o dono dele!
                                                            Cidinha

sábado, 24 de setembro de 2011






Tenta esquecer-me

Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar 
um fantasma... Deixa-me ser o que sou,
o que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens contará
as horas.
Me recamarei de estrelas como um manto real
Me bordarei de nuvens e de asas,
as vezes virão à mim as crianças 
banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir...
É seguir para o mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar cantar...
Toda tristeza dos rios
É não poder parar!
                                                            Mário Quintana
 

 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011


 

Sejamos como a primavera 
que renasce cada dia mais bela...
Exatamente porque 
nunca são as mesmas flores.

                                                           Clarice Lispector        



          

domingo, 18 de setembro de 2011


                                             Sou mulher

Sou como o vento
que lambe campos e florestas
jogando mil folhas ao léu
e entra por tua janela
sem que desejes.
Bafeja teu rosto
nas manhãs de inverno
e esvoaça teus cabelos
nas tardes de primavera.


Sou como a chuva
que abre sulcos nas estradas,
que rompe diques e represas
mas, que também cai mansamente
matando a poeira no chão.

Sou como o sol
que mata o verme e seca a roupa,
que bronzeia tua pele
na areia da praia
e aquece do frio
o teu pequenino.

Sou como a fonte que geme
no silêncio da floresta
a dor de uma saudade
e quem canta teu coração
com lágrimas que derramam no regato.

Sou tudo isso
e não sou nada.
Sou pó que corre na estrada,
sou nuvem que anda no céu.
Sou mulher!

                                                       Nina Tubino
         

quarta-feira, 14 de setembro de 2011



                                    Canção excêntrica

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projeto-me no abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.


Meu coração, coisa de aço,
começa achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
__ Saudosa do que não faço,
__do que faço, arrependida.


                                             Cecília Meireles

sábado, 10 de setembro de 2011



Busca...

Passa o tempo 
Só não passa essa saudade
Que teima em ficar
O relógio não para
E em todo lugar
Busco teu olhar.

Seja noite, 
Seja dia,
Sinto tua ausência
O coração anda inquieto
Sem a tua luz, 
Que o faz palpitar.

Pelas ruas fico a vagar,
Revejo momentos idos
Na esperança de te ver passar
Passo a passo saio a procurar.

Teu olhar sereno, sorriso meigo
Lábios doces de acaríciar.
Toque suave na pele
Brilho no olhar
Tempos idos,
Não paro de sonhar!




Inspiração...

Ouço o suave murmurar dos ventos,
Respiro ar,
Toque suave de Deus
A me tocar!
Soa melodias, acordes, sinfonias musicais
Desperta-me.
Leve, solta , deixo o vento me levar!! 
                                 
                                       Cidinha 
  


segunda-feira, 5 de setembro de 2011


                                      Abra teu coração


Quando tua alma
Parecer pequena
Mesmo quando achar
Que amar não mais vale a pena, 
Abra teu coração!
E quando a noite chegar
E a solidão te alcançar,
Ainda sim peço, 
Abra teu coração!
Vou te contar um segredo.
Um coração
Só abre por dentro
E só o dono tem a chave!
E se ele se fecha ou se abre
Depende unicamente de ti
Abra! 
Tire as mágoas
Jogue fora as tristezas,
Deixe somente doces lembranças
E faça um lugarzinho
Para colher as belezas 
Que a vida te reserva.
Tenho certeza
Que a ternura vai fluir.
Teu coração renovado
Será fonte de alegria:
E será maravilhoso te ver sorrir.
                                            Letícia Thompson

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

                                   Soneto do último amor

Eu desejo tanto um último amor!
Amor de ocaso, luz de despedida.
Reviver, feliz, o antigo calor
No exausto corpo de alma dolorida.

A ternura infinda jamais sonhada,
Sem esperas, luminosa, envolvente, 
Qual imenso véu cor rubro-dourada,
a refletir brilhos de um sol poente.

Amor de outono, farto de desejos, 
fruto maduro na beira da estrada
colhido no regaço dos meus beijos.

É na ilusão de um novo amanhecer,
irei seguindo a trilha iluminada
Do último amor, à luz do entardecer.

                                                Matilde Diniz Lacerda